Nos últimos dias, o assunto que tem sido muito articulado no mercado é a internacionalização da moeda chinesa renminbi, ou yuan.
Não é de hoje o interesse da China em transacionar sua moeda no mercado internacional. Em meados de 2022 já havia especulações desse interesse. E nesse ano o governo chinês está empenhado em derrubar a soberania do dólar no próprio país.
Sendo bem-sucedidos, em março de 2023 o RMB (rinminb), se tornou a moeda mais transacionada pela China, representando 48% enquanto o dólar caiu de 48,6% para 46,7%. De acordo com dados do governo chinês.
Ainda é muito cedo para considerar que o yuan vai ultrapassar o dólar e ser a moeda mais comercializada no mundo. Isso pode acontecer um dia, mas vai demorar um tempo.
Um dos motivos para essa afirmação é que o China é um país duramente controlado pelo seu governo. E um dos motivos para a não expansão internacional da sua moeda é justamente esse, ainda que a conta corrente chinesa (balança de pagamentos, importação, exportação, serviços) seja relativamente livre. Em contrapartida a conta capital (investimento no país, investimento do país fora das fronteiras) é muito fechada. O governo chinês não quer abrir as fronteiras dessa comercialização para não perder o controle.
É tudo muito recente para querer tirar conclusões. O que podemos esperar é uma intensificação na competição comercial desses países, o que pode e vai beneficiar diversas economias.
Os Estados Unidos pode sentir-se ameaçado no longo prazo. Pois, como já foi falado, para o Yuan se tornar a moeda mais transacionada no mundo, muita coisa ainda precisa acontecer…
Entretanto, o governo americano sabe da força que a China vem tomando ao longo dos anos. O país é o principal parceiro comercial de grandes potências mundiais.
A Rússia, por exemplo, depois de ser banida do sistema de pagamentos Swift, intensificou suas transações com a China e já anunciou que em breve lançará um novo sistema de pagamentos internacionais com base na tecnologia das criptomoedas – grande expectativa de uso do yuan digital.
Segundo o ministro das finanças russa, Anton Siluanov, 70% das negociações entre os dois países aconteceram por meio da RMB.
O governo brasileiro foi criticado por muitos por essa decisão porém, a China é o nosso principal parceiro comercial, há 13 anos. E essa jogada política serve para intensificar o comércio bilateral Brasil e China.
Além disso, essa decisão pode contribuir e muito para a redução de custos das transações internacionais, já que o dólar não precisará intermediar os pagamentos e recebimentos. A conversão de uma única moeda trará mais agilidade para o envio ou recebimento da remessa por um custo bem menor. Diante de um mercado competitivo qualquer ganho é favorável.
Para você entender, o uso do yuan ao invés do dólar não será obrigatório para setores de importação e exportação no Brasil, mas o governo vai trabalhar para a diminuição de procedimentos burocráticos para estimular as trocas comerciais por meio dessa moeda.
Atualmente o Brasil tem um pouco mais de 5% de suas reservas internacionais em RMB. De acordo com Lívio Ribeiro, pesquisador associado do FGV- Ibre, é importante diversificar as reservas para diminuir a percepção de risco. Só para se ter uma ideia, em 2018 o Brasil não tinha nenhuma reserva em RMD.
O mercado mundial é muito volátil, mas de uma coisa temos certeza: as transações internacionais não serão mais as mesmas. A China tem conseguido muitos aliados comerciais, países que demonstram seu apoio e aderência a operar com yuan.
O que podemos fazer é continuar acompanhando as movimentações do mercado e buscar nos beneficiar desses acordos que demonstram ser muito benéficos para as nossas negociações com a China.
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